a fresta
da aurora
não se abriu
e tudo
o que sinto
é noite
sorrisos
não giram
em órbitas
insones
as gralhas
voltam
famintas
e infligem
suas ânsias
as feridas
servem-se
às comensais
não se esculpe
harmonia
em peito
endurecido
as paredes
cantarolam
pavores
e segredam
vertigens
na pele
só aspereza
da voz
que calou
não se fertiliza
mãos secas
de sóis
com lágrimas
e na língua
um viçoso
deserto
a gritar
as manhãs são legais de se sentir também.
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