sábado, 24 de março de 2012

controle

pintei as unhas
na intenção
de que o cheiro
do esmalte
sufocasse seus
instintos

famintos
pelo sangue
que a carne
finge ser
carmim

sexta-feira, 23 de março de 2012

panorâmica

o dia punge temores
diante da opulência
da poesia

olhar de medusa
impresso nas divisas
da voz e do silêncio

ter horizonte enquadrado
é dizer
covas vazias

como toda fotografia
que vaza
pela borda da moldura

que no espaço do verso
toda imagística
seja máquina sem tempo


*

quinta-feira, 22 de março de 2012

blackout

nuvem intensa
cobre de sombra
a dona das mãos

: o dia volta
  a sentir minha lâmina

Amor

cobra de veneno
silente
não desperdiça uma gota

: todo ele
  rega a própria carne!