quarta-feira, 5 de março de 2014

o contradito da maçã


um dia
ela se mete 
num vestido
ensolarado
bainha puída
liberta no vento
a cara sem tinta
o cabelo largado
nos ombros 
dispara
um passeio 
descalço
lépido
puro
 
noutro dia
ela me chega
de burca
as meninas
dos olhos
quase sumidas
nesse tipo de noite 
que mulher
nenhuma quer
as mãos crispadas
de censura
trazendo
por baixo
dos panos 
uma liberdade
nua
e sem pelos 



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