sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

poema mal acordado


o poema
acorda cedo
vai ao banheiro
alivia-se
resmunga
para a torneira
escorrendo desperdício
enxágua as mãos
passa no rosto
ajeita o cabelo
resmunga
para o espelho
um dia é sempre
outro e passa
resmunga
para as olheiras
vigílias de nada
resmunga
para a janela
o sol que não tem
mas a vida arde
e a vida se quer
invejada
e o poema boceja
para a vida
descompromissado
enfia-se na descoberta
e se finge sonhado


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